quarta-feira, 19 de abril de 2017

Yatninha - yoga para crianças

O Homem Sobre a Colina, O Homem a Meio do Caminho, e os Que Escalam

Dois Jovens eruditos estavam escalando uma colina. Na metade do caminho, numa caverna, vivia um filósofo. Eles iam encontrá-lo.
Mas a caverna do filósofo não era seu destino final. O filósofo prometera levá-los até o topo da colina. Lá, numa cabana, morava um sábio a quem o filósofo ia apresentá-los. Os jovens queriam ser abençoados por ele.
Duas outras pessoas também estavam escalando a colina, um pastor e um homem idoso. O pastor levava seu rebanho de carneiros e alguns porcos. Um dos porcos estava machucado e caminhava com grande dificuldade. Porém, isso apenas agravava a situação dele. O pastor estava muito preocupado por causa do porco, pois ele atrasava a marcha dos outros animais.
De repente, o velho perguntou ao pastor:
"Você se importa se eu carregar o porco até chegar ao seu destino?"
"Quem o impede de fazê-lo?"
O velho inclinou-se, colocou o porco nos ombros e prosseguiu caminhando calmamente. Mas podia-se ver que isso não lhe era fácil. Os dois jovens notaram-lhe o porte incomum, calmo e digno.
Dos dois jovens eruditos, um era perito em ler pensamentos humanos. Ele observou o pastor. Olhou para os dois homens e sorriu significativamente. Traduzia o que o pastor pensava do velho: "Há tolos, mas ninguém é mais tolo do que um velho tolo!".
O segundo jovem era versado na arte de ler sentimentos de animais. Observou os olhos semicerrados do porco. Imediatamente percebeu que ele havia esquecido seus problemas e não tinha, também, nenhum sentimento de gratidão. Em outras palavras, não sentia nada!
Os dois jovens chegaram à caverna do filósofo. Quando descansaram, narraram-lhe o incidente. Um deles disse:
"Imagino se o velho fez algum bem ao pastor ou ao porco. O pastor, de fato, estava rindo dele. O porco não sentia nada."
"E, mesmo que tenha diminuído a dificuldade de um deles, aumentou sua própria enquanto escalava. 
Objetivamente falando era necessário, porque alguém tinha que sofrer!" disse o segundo jovem.
Replicou o filósofo: "Quem quer que seja o velho, ele agiu para prevenir um futuro sofrimento."
"De quem?"
"Dele mesmo. Ele teria se lembrado da cena e teria sofrido por não ter feito nada para aliviar o esforço penoso do porco ou mesmo do pobre pastor. Deve ser um homem extremamente nobre, um homem de delicada consciência", disse o filósofo.
Os dois jovens apreciaram a observação do filósofo.
Mais tarde, ao anoitecer, subiram o resto da colina e alcançaram a cabana do sábio. Para grande surpresa, viram que ele não era outro senão o velho que havia carregado o porco.
Falaram por algum tempo sobre vários assuntos. Mas antes de se despedirem, os jovens não puderam evitar de lhe perguntar:
"Senhor, qual era exatamente seu motivo ao carregar o porco machucado colina acima? Era para reduzir o aborrecimento do pastor? Era para aliviar o porco de sua dor? Ou era para satisfazer sua própria consciência?"
O sábio pestanejou. Não se lembrava de nada.
Os três visitantes saíram.
"Que tolo fui eu em interpretar a ação dele, mesmo em termos brilhantes! Alguém se lembra que está respirando? Acontece!" comentou o filósofo.

Aulas às quinta- feria 16:30 às 17:30 horas.






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