O coelhinho Felizardo tinha uma flauta maravilhosa e sabia tocá-la tão bem que todo mundo queria ouvi-lo. Se havia uma festa, lá ia ele com o seu instrumento para tocar músicas alegres, que divertiam a todos.
Um dia, ele viu tantos doentes nas calçadas das ruas de sua cidade Coelhândia, que ficou com pena daquela gente sofredora e resolveu buscar ajuda para construir um hospital para os doentes pobres.
Saiu levando consigo a extraordinária flauta.
Depois de viajar por vários lugares, passou pela Porcolândia e soube que as filhas do rei Porco estavam muito doentes.
Que será que tinham as princesas, filhas do rei da Porcolândia?
Contaram ao coelhinho Felizardo que uma das princesas não gostava de comer nada do que sua mãe mandasse que preparassem para ela. A outra princesa, ao contrário, era gulosa e queria comer toda hora, mesmo que sua mãe achasse que ela não deveria comer.
Resultado:
A princesa que não comia ficou magra, muito magra, e a princesa gulosa ficou gorda, muito gorda!
Dizia o povo da Porcolândia que a princesa magra era só pele e osso, e que a princesa gorda quase não passava nas portas e mal cabia nas cadeiras do palácio.
Ficando mocinhas, as princesas passaram a viver tristes, chorando pelos cantos do palácio, pois uma delas se olhava no espelho e se via magra, muito magra e a outra, gorda, muito gorda!
E, com aquela tristeza, cada vez a princesa magra comia menos e cada vez a princesa gorda comia mais.
O rei, então mandara anunciar em todo o reino que daria um saco cheio de ouro a quem conseguisse fazer a princesa gorda emagrecer e fazer a princesa magra engordar.
Os melhores médicos do mundo tinham ido ao palácio tentar curá-las. Haviam receitado todos os remédios possíveis, mas com nenhum resultado. A princesa gorda continuava gorda e a princesa magra continuava magra!
Agora, diziam os médicos, a doença das duas já é outra e se chama tristeza.
Ao saber disso, o coelhinho Felizardo, com pena das princesinhas que viviam tão tristes resolveu ir falar com o rei Porco e ofereceu-se para distrair as princesinhas tocando para elas a sua maravilhosa flauta.
O rei não acreditava mais na cura de suas filhas, mas resolveu experimentar e consentiu que o coelho fosse tocar flauta para as princesinhas.
E assim, todas as manhãs durante dias seguidos, com sua flauta maravilhosa o coelhinho Felizardo ia tocar as músicas mais lindas para a princesa gorda que vivia triste a chorar.
E era tal a beleza das músicas e a bondade do coelho era tanta, que a princesa gorda, muito gorda, foi deixando de chorar. Passou a ser alegre, a rir, a brincar e foi ficando magra, magra, mais magra.
A tarde, Felizardo tocava para a princesa magra as músicas mais alegres. E ela, tanta alegria tinha ao ouvir a flauta e ao sentir a bondade do coelhinho que foi ficando mais gorda, gorda, mais gorda.
No fim de certo tempo, as duas princesas foram pesar-se e, para alegria delas e de todos, perceberam que estavam com o peso certo: não eram muito gordas, nem muito magras. Estavam elegantes, bonitas.
O rei, como é natural, ficou contentíssimo e para comemorar o acontecimento, deu uma grande festa, à qual compareceram todos os habitantes do reino da Porcolândia e o coelhinho Felizardo, como convidado especial. Então, no meio da alegria geral, o rei deu ao coelhinho o prêmio que merecera: um saco cheio de ouro.
Acabada a festa, Felizardo despediu-se do rei e das duas princesas que não estavam nem muito gordas nem muito magras.
E, carregando a flauta maravilhosa e o saco de ouro, voltou muito contente para sua casa. Chegando a Coelhândia, mandou construir um grande hospital, aonde ia todos os dias tocar flauta para os doentes.
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