Era uma vez uma raposa. Alguns piolhos pensaram que o pelo da raposa daria uma bela floresta para viverem. Rapidamente, o
seu corpo ficou coberto por milhares de piolhos. Era uma coisa
terrível. A raposa coçava-se e esfregava-se mas não conseguia
livrar-se deles.
Um dia a raposa foi até a um lago para beber água. Ao por as patas da
frente na água para começar a beber, reparou que as patas dentro do lago já
não tinham piolhos. Os piolhos tinham subido pelo corpo acima por causa da
água.
A raposa é um animal muito astuto. Pensou, “Ah, esta é a maneira!” Apanhou
um pequeno pau, pôs uma ponta na boca e devagar, começou a entrar na água.
Todos os piolhos começaram a subir pelas pernas acima para escapar da água.
Quanto mais a raposa entrava na água, mais para cima os piolhos iam. Quando
a água chegou à barriga da raposa, os piolhos moveram-se para as suas costas.
Pouco a pouco a raposa entrou mais fundo até ter os piolhos todos na cabeça.
Foi ainda mais fundo, até só ter o nariz e o pau fora da água. Os piolhos
passaram para o pau; apenas alguns ficaram no nariz. Então a raposa respirou
fundo, reteve a respiração e submergiu o corpo todo. Os poucos piolhos que
restavam passaram para o pau. Nesse momento a raposa, simplesmente, deixou
ir o pau. Os piolhos afastaram-se flutuando e a raposa saiu do lago totalmente
liberta do incómodo.
A prática espiritual é como simpáticos pauzinhos para nos vermos livres de
todos os nossos “piolhos” – as nossas amarras e hábitos indesejáveis. Ajudam-nos a
libertarmo-nos de tudo aquilo que nos prende, para que possamos obter a libertação.
Contos Iluminados Como dito por Sri Swami Satchidananda
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