Kundalini Yoga

A Kundalini yoga é abordada na descrição da Kundalini Shakti e dos Chakras, os métodos para despertar a Kundalini Shakti e as técnicas para alcançar a união de Shakti com Shiva no Sahasrara Chakra.(Meditation and Mantras - de Swami Vishnudevananda)

A natureza da Kundalini

Shakti, a Energia Divina, possui dois aspectos, o estático e o dinâmico. Não se pode possuir Shakti na forma dinâmica sem possuí-la na forma estática, similar ao que se sucede com os polos de um imã.

Essa polaridade é necessária para manter o equilíbrio no universo.

A Shakti cósmica se manifesta no corpo humano como Kundalini e prana. Kundalini é o suporte estático para o movimento das forças vitais.

O ser humano é o microcosmos, ou cosmos inferior. Qualquer coisa que exista no universo exterior existe no corpo. Shiva reside no Sahasrara Chakra na coroa da cabeça. Kundalini reside no Muladhara Chakra, na espinha dorsal. Muladhara significa raiz suporte. Kundalini é a energia primordial que jaz na base do Muladhara Chakra em um estado potencial de dormência. É o poder cósmico nos corpos individuais. Não é uma força espiritual, mas um potencial espiritual. É um poder ardente, oculto, a força prístina na qual sublinha toda a matéria orgânica e inorgânica. É chamada o “Poder da Serpente” por seu trabalho em forma espiral no corpo do yogui. Quando é despertada emite um som sibilante da serpente e passa a elevar-se através do canal central dentro do Sushumna. A elevação da Kundalini Shakti e sua união com o Senhor Shiva em Sahasrara traz consigo um estado de suprema consciência e experiência espiritual.

Os tubos astrais e os centros de energia espiritual

Cada porção do corpo físico está associada a uma contraparte astral. Elas estão intimamente conectadas e são interdependentes. Os seis centros ou chakras e Sushumna nadi se encontram no corpo astral. No corpo físico, estes chakras e Sushumna nadi coincidem com os filamentos dos nervos pléxicos e com a espinha dorsal.

Existem 72.000 nadis ou tubos astrais na envoltura prânica. Para avançar na Kundalini Yoga, a purificação destes nadis é essencial.

Existem dois nadis, um de cada lado de Sushmna, conhecidos como Ida e Pingala, os quais correspondem ao lado esquerdo e direito dos nervos simpáticos no corpo físico. Quando o prana flui através de Ida e Pingala, a pessoa se encontra totalmente envolvida em múltiplas atividades mundanas, ligadas pelo tempo, espaço e casualidade.

Sushumna nadi, ou nadi central é o mais importante. Quando o prana está em Sushumna, o yogui se encontra além de toda a limitação da mente e do tempo.

Sushumna nadi

Quando nós estudamos a constituição, a posição e a função da espinha dorsal e do Sushumna nadi, podemos realmente dizer que antigamente a espinha dorsal foi chamada pelos yoguis de Sushumna. Os estudantes de Yoga deveriam ter total conhecimento deste nadi.

Sushumna se estende do Muladhara Chakra, localizado na segunda vértebra da região cóxica, até Brahmarandhra, a abertura do crânio. A anatomia ocidental reconhece um canal central na espinha dorsal constituído de matéria cerebral cinza e branca. A medula espinhal se encontra no interior da coluna vertebral. Da mesma forma, Sushumna, dentro da coluna espinhal, possui divisões sutis. Sua cor é vermelha semelhante ao fogo. Sushumna penetra todas as pétalas e é pura inteligência.

Dentro de Sushumna existe um nadi com o nome de Vajra, que é tão brilhante como o sol, com qualidades rajásicas. Dentro do Vajra nadi existe outro nadi, Chitra, de natureza sattvica e cor pálida. As qualidades do fogo (agni), do sol (surya) e da lua (Chandra) são os três aspectos de Brahman. Dentro de Chitra, existe um fino e diminuto canal através do qual Kundalini quando despertada flui, desde Muladhara chakra até Sahasrara chakra. Neste canal se encontram todos os chakras principais, cada um representante de um estado diferente de consciência.

A extremidade inferior de Chitra nadi é a porta de Brahma. Kundalini passa através desta porta até seu ponto terminal no cérebro. Chitra é o mais alto e apreciado de todos os nadis. Brilhante, graças a suas cinco cores, é o centro de Sushumna e é chamado o Caminho Divino. Outra descrição diz que: “Chitra é bela como uma corrente de luz e brilha como uma flor de lótus na mente dos sábios”. Ela é extremamente sutil, é o despertar do conhecimento puro, a encarnação de toda bem aventurança, cuja natureza é pura consciência.