quarta-feira, 2 de maio de 2012

Cooperação entre as diferentes envolturas



Primeiro observamos o objeto. Esta informação nos chega via a retina do olho e é transmitida pelo nervo ótico ao cérebro onde a mente (manas) a capta. Visto de certa distância, torna-se extremamente difícil decidir o que é o objeto. A mente (manas) começa então a pensar e duvidar se o objeto é uma flor, algo de plástico ou talvez um pedaço de papel, etc. para poder chegar a uma conclusão acertada sobre a natureza do objeto, é necessário analisa-lo mais. Para isso usamos o intelecto (buddhi), mas este não pode chegar diretamente a nenhuma conclusão final sem antes inquirir e comparar com as experiências que jazem submersas na mente subconsciente (Chitta).
O intelecto analisa por meio do tato (é suave, portanto não é papel, ou tem a textura de uma pétala). Mas o intelecto necessita mais dados antes de chegar a uma conclusão, já que pode existir um papel tão suave como o objeto em estudo. Vai de novo ao subconsciente para comparar esta experiência do objeto com todas as outras experiências sensoriais que estão arquivadas nele. Pega o objeto e compara com outras experiências prévias, o saboreia e de novo o compara. Pensa então: “Exala um aroma como uma flor, mas ainda assim, poderia ser artificial” (dúvida: manas). Portanto, após haver submergido profundamente no subconsciente e haver comparado e experiências arquivadas na mente, o intelecto chega a uma conclusão. Já não pensa nem duvida, nem tampouco analisa. Agora, o ego (ahamkara) afirma: “Eu sei que é uma flor e não um objeto artificial”. Pelo contrário, se após averiguar e comparar, o intelecto não houvesse achado no subconsciente nenhuma cor, textura, sabor ou odor semelhante aos da experiência presente, afirmaria: “Eu não sei o que é”.
Esclarecimento: No Raja Yoga Chitta significa matéria mental = mente total= Antahkarana. No Vedanta Chitta significa mente subconsciente.
Todos querem fazer o melhor que podem. Cada um de nós gostaria de pensar que é perfeito. Mas apesar de repetidas resoluções, frequentemente apesar de repetidas resoluções, frequentemente nos encontramos sendo menos que gostaríamos de ser. A causa disto é o ahamkara, ou ego. Shankaracharya afirmou no Viveka Chudamani, “a calamidade se deve a sujeição do ego, agonias se devem ao ego, o desejo se deve a sujeição do ego; não há inimigo maior que o ego”. Este ahamkara é a causa de todas as ataduras e é a principal barreira que impede a experiência da realidade interior.
O ego é o aspecto auto arrogante da mente. Separa o individuo de unir-se com os outros e com o Ser, pela afirmação de “egoísmo”.
Ahamkara é o maior obstáculo para a tranquilidade; ocupa a mente com pensamentos de “somos melhores ou piores, possuímos mais ou menos” ou se temos mais ou menos poder que os outros. Está acompanhado pelo desejo, pelo orgulho, pela raiva, ilusão, cobiça, ciúme, luxúria, ódio. O ego é o aspecto mais difícil de ser controlado pela mente, sua natureza é tal que se engana ainda quando se esforça por vencê-lo.
É a parte do ser humano que mais fortemente resiste a ser controlada.

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