Quando criança imaginava terras infinitas, terras de pedra onde cachorros e meninos corriam sem destino; onde rochas se transformavam em cavernas, santuários, girafas, cordeirinhos, anéis e livros. Pedras que serviam como o diário do homem-pedreiro.Me pego pensando em pedras...E é na pedra que se aprende a essência da vida: não está na forma, mas na alma de tudo aquilo que exala existência. A origem da pedra é seu próprio paradoxo: de tão concreta cristaliza-se em sagrada, imbatível e eterna. Só a mão do vento a vence.As pedras são o desenho das mãos de Deus que indicam o caminho da paz e da justiça e, como artesãs, esculpem os homens à sua forma; construindo seus corações e almas duras com a mesma inabalável firmeza de seres que não se entregam à guerra, ao sangue e ao ódio. As pedras ensinam que a justiça pode ser virtude e não utopia. As pedras ensinam que a igualdade entre os seres humanos é tão natural quanto a relação entre o tempo e o vinho percebi, que na verdade não me converti à pedra – sempre o fui. Encontrei o caminho da paz.
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