Durante a meditação há uma observação constante da mente. Isso requer um tempo e um lugar com o propósito específico de descobrir esse poço infinito de sabedoria que existe em nosso interior. A meditação é uma experiência que não se pode descrever, tal como as cores não podem ser descritas a uma pessoa cega. Todas as experiências comuns estão limitadas pelo tempo, espaço e casualidade. Toda experiência finita é medida em termos de passado, presente e futuro. Estes conceitos são ilusórios já que não perduram.
O estado meditativo transcende todas as limitações. Nele não existe passado nem futuro, mas somente a consciência do EU SOU, no eterno AGORA. Este grau de consciência só é possível quando todas as ondas mentais estiverem se aquietando e a mente deixe de existir. A meditação é um estado de consciência, é o quarto estado ou “turya”. Os outros estados são: vigília, sono e sono profundo. De “Meditation and Mantras”, capítulo1.
Qual o propósito da vida?
Em sua busca pela felicidade a maioria das pessoas volta-se invariavelmente para objetos e acontecimentos externos. Pensamos, “se pudesse comprar um carro novo”, ou “se conseguisse esse trabalho fantástico eu seria feliz”. A mente pode aquietar-se e estar em paz por pouco tempo, quando consegue o objeto desejado; mas finalmente se cansa do seu brinquedo ou experiências novas e busca o prazer em outro lugar. Os objetos externos fracassam quando pretendem trazer uma felicidade permanente.
Nós confundimos a calma mental que se experimenta ao conseguir um objeto com a posse do objeto.
O desafio é então, ganhar controle do mundo inteiro. A mente conversa constantemente consigo mesma, revivendo fatos passados, adequando-os a um melodrama melhor, planejando o futuro, discutindo os prós e os contras disto e daquilo. Mediante o aquietamento metódico de suas contínuas divagações ou diálogo interno, e concentrando-se em objetos positivos e elevados, é possível começar a entender os mecanismos da psique e dar lugar a uma vida mais conveniente e eficaz.
Em certo sentido a mente é como um disco. Contém sulcos ou impressões que se chamam “samskaras” em Sânscrito. Estes samskaras se formam quando determinadas ondas de pensamento ou “vrittis” se tornam habituais.
Os samskaras não são necessariamente negativos. Podem haver “sulcos” na mente que elevam e inspiram e outros que atormentam e deprimem. O propósito deliberado da meditação é criar “sulcos” mentais novos e positivos e erradicar aqueles que são destrutivos. É um processo completamente científico, mas a meta é espiritual. Só isto não é suficiente para eliminar o negativo. Simultaneamente deve ser feito um esforço para desenvolver o amor, a compaixão, o espírito de serviço, a alegria, a amabilidade e todas as outras qualidades, para não somente fazer nossa vida mais feliz, mas também transmiti-lo aos demais. Através da meditação observa-se o jogo da mente. Nas primeiras etapas não se pode fazer outra coisa que ganhar compreensão do próprio ego já que se pode vê-lo afirmando-se constantemente a si mesmo. Mas, a seu devido tempo, seus jogos tornam-se familiares e a pessoa começa a preferir a paz. Quando finalmente o ego é subjugado, as energias podem ser usadas construtivamente para o crescimento pessoal e o serviço aos demais.
Através da meditação regular a mente se torna mais clara e as motivações mais puras. O subconsciente libera conhecimento escondido e isso permite um melhor entendimento. O ego se erradica gradualmente. Por último são liberadas as forças da intuição, que nos conduzem a uma vida de sabedoria e paz.
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